Escotismo no Brasil
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HISTÓRIA DO ESCOTISMO NO BRASIL

     A primeira notícia divulgada no Brasil sobre o Escotismo foi uma ampla reportagem, com cobertura fotográfica, apresentada no nº 13 da revista Ilustração Brasileira, em dezembro de 1909.

    A matéria era assinada pelo Tenente Eduardo Henrique Weaver que se encontrava na Inglaterra juntamente com numeroso contingente de Oficiais e Praças da Marinha do Brasil. Pertenciam às tripulações dos Encouraçados, Cruzadores e Contratorpedeiros que iriam constituir a grande Esquadra Brasileira que chegaria ao Brasil em 1910.

    Como naquela época surgia na Inglaterra o Escotismo, muitos militares da Marinha, interessados com a educação dos jovens, procuraram conhecer o novo Método Educacional. Alguns deles que estavam acompanhados da família, inscreveram seus filhos no Scouting for Boys. O artigo escrito pelo Tenente Weaver citava : "Que a idéia frutifique em nossa pátria. Um pouco de boa vontade, esforcemo-nos". Alguns dos Suboficiais embarcados nos navios da Esquadra, na viagem de volta ao Brasil, trouxeram consigo uniformes dos Boy Scouts ingleses e ao chegarem ao Rio de Janeiro, tomaram as providências iniciais para a organização do primeiro Grupo de Boy Scouts Brasileiros.

    Como na época não havia tradução para o termo Scout, o Tenente Weaver usou em seu artigo : "A arte de Escrutar significa sondar, examinar a fundo os corações, a consciência, pressentir, fazer o possível para entrar no perfeito conhecimento das coisas; procurar descobrir o que é oculto, encoberto; investigar, indagar". No dia 14 de Junho de 1910, na casa nº 15 da rua Chichorro, no Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro, foi fundado o "Centro de Boys Scouts do Brasil". O Grupo Escoteiro, por diversas razões, teve vida efêmera e em 1914 já não se tinha notícia do seu funcionamento.

    Outros brasileiros que se encontravam na Europa no período de 1910 a 1913 tomaram conhecimento do Escotismo e procuraram implantá-lo no Brasil de maneira sistemática. A Sra. Jerônima Mesquita, em Paris, por conta própria, mandara imprimir milhares de folhetos de propaganda dos trabalhos de Baden-Powell e os remeteu para São Paulo ao Dr. Ascânio Cerqueira, a quem concitava para ali fundar um Grupo Escoteiro.

    A idéia se consolidou no dia 29 de Novembro de 1914 com a fundação da Associação Brasileira de Escoteiros, ABE, na cidade de São Paulo. Esta então conseguiu alcançar outros Estados, tendo sido reconhecida de Utilidade Pública em 1917, quando recebeu o apoio de Olavo Bilac, grande incentivador do Escotismo e batalhador por mais civismo no país. Entretanto a ABE não conseguira congregar todo o Movimento Escoteiro, que passou a ser praticado em muitas unidades da Federação. Em 1924 não mais tinha expressão.

    O Escotismo foi, de 1910 a 1924, praticado à semelhança de "uma colcha de retalhos", sem unidade de ação. Em Janeiro de 1921, na seção escoteira da revista infantil "O Tico-Tico" assinada pelo Velho Lobo, Benjamim Sodré, que anos mais tarde foi promovido a Almirante, lançou a idéia da unificação do Escotismo Brasileiro. Na conclusão de seu artigo, Benjamim Sodré escreveu : "Isso viria resolver o nosso caso. Nenhuma associação seria mais do que a outra, todas estariam no mesmo pé de igualdade, e, suprema ventura, alguém poderia falar pelos Escoteiros do Brasil, que já são muitos mas que devem conservar-se mudos e desconhecidos porque são desunidos". Benjamim Sodré, a partir de Setembro de 1924, através de carta ou em contato pessoal, passou a renovar o apelo para a união das Associações Escoteiras.

    À exceção da Associação Brasileira de Escotismo de São Paulo, houve a adesão de todas elas, com seus representantes se reunindo no Clube Naval, Rio de Janeiro, onde, em 4 de Novembro de 1924, foi fundada a União dos Escoteiros do Brasil. As Associações presentes foram: Associação dos Escoteiros do Brasil; Federação Brasileira dos Escoteiros do Mar; Comissão Central do Escotismo e Associação de Escoteiros Fluminense. A UEB foi reconhecida de Utilidade Pública em 1927 e hoje em dia encontra-se no pleno exercício da sua função privativa de dirigir o Escotismo no Brasil, contando com representantes em todos os Estados Brasileiros e no Distrito Federal.

 

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Última modificação: 21 janeiro, 2007